Tabagismo: muito além do câncer de pulmão

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O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável. Embora seja frequentemente associado ao câncer de pulmão, o tabagismo é responsável pelo desenvolvimento de cerca de 50 doenças diferentes, incluindo outros tipos de câncer.

Com quase 5 mil substâncias tóxicas, sendo que pelo menos 70 delas são cancerígenas, o cigarro é responsável pela morte de quase 5 milhões de pessoas todos os anos, conforme cita a OMS.

A forma mais comum de consumir o tabaco é por meio do cigarro, responsável pelo aumento do número de casos não só do câncer de pulmão, mas também de boca, laringe e esôfago. Recentemente, estudos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) mostraram que o tabagismo também está relacionado a um risco três vezes maior de desenvolver câncer de bexiga.

Também estão mais presentes nos fumantes as doenças ligadas ao coração, como os infartos; ao sistema cérebro-vascular, como tromboses e AVC (acidente vascular cerebral); e ao sistema respiratório (como bronquite e enfisema).

O tabagismo também é nocivo para quem não fuma

A expressão “fumante passivo” nem sempre é compreendida pois as pessoas só costumam ver como fumante alguém que efetivamente consuma tabaco por meio do fumo. Mas quem vive perto de fumantes, respirando a fumaça, também tem mais chances de desenvolver câncer e outras doenças relacionadas ao tabagismo.

Há mais de 30 anos estudos apontam a relação do tabagismo com pessoas que não fumam, mas que convivem com fumantes. Os grupos mais afetados pelo tabagismo passivo, conforme aponta o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são formados por mulheres e crianças que convivem com fumantes em casa. Um estudo do Inca levantou que estas pessoas têm 30% mais chance de desenvolver câncer de pulmão e 24% maior no desenvolvimento de doenças cardiovasculares do que pessoas que não fumam e não convivem com fumantes. Além disso, as crianças também apresentam chances maiores de infecções e outras doenças respiratórias.

Números preocupantes do tabagismo

Segundo o Inca, são atribuídos ao consumo do tabaco:

  • 90% dos casos de câncer de pulmão;
  • 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica;
  • 45% das mortes por doença coronariana;
  • 30% das mortes por câncer;
  • 25% das mortes por doença cérebro-vascular.

Ainda é estimado que no Brasil o tabagismo seja responsável por 200 mil mortes por ano. Isso significa que, por hora, 23 pessoas morrem por causa do cigarro.

Embora muito já se tenha avançado em termos de conscientização, este problema está longe de ter fim: segundo o Banco Mundial, todos os dias cerca de 100 mil jovens começam a fumar em todo o mundo.

Deixar de fumar é uma atitude bem pessoal e o primeiro passo é o fumante realmente querer. Mas se trata de uma das mudanças mais importantes na vida de uma pessoa que fuma, pois, com isso, ela não apenas garantirá mais saúde e qualidade de vida para si própria, mas também para as pessoas que vivem perto dela. Profissionais de saúde podem ajudar no processo e no acompanhamento. Se este é o seu caso, procure o seu médico de confiança e dê este importante passo no cuidado com a sua saúde.