8 Perigos do álcool no corpo humano

Os perigos do álcool ao nosso organismo são vários. Estamos falando de uma substância tóxica e psicoativa com propriedades capazes de causar dependência. Porém, como bebidas alcoólicas fazem parte da rotina social de muitas pessoas em todas as partes do mundo, nem sempre seus efeitos negativos recebem a devida importância.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool contribui para três milhões de mortes todos os anos no planeta, além de prejudicar a saúde de milhões de pessoas. De forma geral, o alcoolismo responde por 5,1% dos problemas relacionados à saúde globalmente, sendo que entre homens o índice é de 7,1% e para mulheres 2,2%. Além disso, o álcool é o principal fator de risco para a mortalidade prematura em pessoas de 15 a 49 anos, respondendo por 10% das mortes nesta faixa etária.

Para entender a abrangência dos perigos do álcool no corpo humano, listamos a seguir os principais efeitos que ele pode causar no nosso organismo:

1. Problemas no sistema digestivo e glândulas endócrinas

Beber álcool em excesso pode causar uma ativação anormal das enzimas produzidas pelo pâncreas. O aumento desenfreado da produção destas enzimas pode causar a inflamação do órgão, conhecida como pancreatite, e sintomas agudos e crônicos, inclusive com risco de vida.

Além disso, a bebida excessiva pode danificar os tecidos de todo o trato digestivo, como estômago e intestino e prejudicar a digestão, dificultando a absorção de nutrientes e vitaminas. Como consequência, levando a problemas como desnutrição, formação de úlceras e hemorroidas.

Sintomas mais brandos causados pelo álcool no sistema digestivo envolvem gases, inchaço, sensação de peso no abdômen e diarreia. Para pessoas que consomem álcool em excesso, os problemas podem evoluir para úlceras e hemorroidas, que podem causar sangramentos internos.

2. Doenças inflamatórias

O fígado é um órgão que ajuda a eliminar substâncias prejudiciais ao organismo, incluindo o álcool. O uso prolongado de álcool pode interferir neste processo. O alcoolismo também aumenta os riscos de inflamações e doenças neste órgão. A marca deixada cronicamente por estas inflamações é irreversível e conhecida como cirrose. Quanto mais danificado ele estiver, mais prejudicada estará a sua capacidade de desempenhar suas funções, além de levar a um aumento de risco de câncer no tecido afetado.

3. Interferência nos níveis de açúcar

O pâncreas é um órgão que ajuda a regular a produção de insulina e a resposta à glicose. Quando ele e o fígado não estão funcionando adequadamente, a pessoa pode sofrer com uma queda nos níveis de açúcar no sangue, ou hipoglicemia. Por outro lado, um pâncreas prejudicado também pode diminuir a produção de insulina, causando exatamente o oposto: a hiperglicemia.

Quando o corpo não consegue equilibrar os níveis de açúcar no sangue, o paciente pode apresentar mais complicações e sintomas relacionados ao diabetes. Por isso, é importante que pessoas com diabetes ou hipoglicemia evitem o consumo de quantidades excessivas de álcool.

4. Sistema nervoso e efeitos psicológicos

Uma das formas mais fáceis de entender o impacto do álcool no organismo é compreender os efeitos da bebida no sistema nervoso central. A fala arrastada é um dos primeiros sinais de que alguém bebeu demais. Isso acontece porque bebidas alcoólicas diminuem a comunicação entre o corpo e o cérebro. Isso afeta habilidades relacionadas a coordenação e equilíbrio, e é por isso que nunca se deve dirigir ou operar equipamentos perigosos após beber.

Conforme o álcool causa mais danos ao sistema nervoso central, a pessoa pode manifestar sensações de dormência e formigamento nos membros. Beber também dificulta a capacidade do cérebro em criar memórias de longo prazo, o que reduz a capacidade de pessoa de pensar e fazer escolhas racionais.

Com o tempo, ocorre o dano do lobo frontal. Esta área do cérebro é responsável pelo controle emocional, memória de curto prazo e capacidade de julgamento. O uso crônico e desmedido de álcool também pode causar danos permanentes no cérebro.

No lado psicológico, pessoas que bebem bastante podem desenvolver uma dependência física e emocional ao álcool. Em casos de alcoolismo, a parada da ingestão leva a abstinência, que se manifesta com sintomas que incluem ansiedade, nervosismo, náuseas, tremores pelo corpo, elevação da pressão arterial, arritmia cardíaca e sudorese. Convulsões, alucinações e delírio também podem ocorrer em alguns casos. Sintomas de abstinência incluem ansiedade, nervosismo, náuseas, tremores pelo corpo, alta pressão arterial, arritmia cardíaca e sudorese intensa. Convulsões, alucinações e delírio também podem ocorrer em casos de abstinência do álcool.

5. Problemas no sistema circulatório

O álcool também pode afetar o coração e os vasos sanguíneos. Alcoólatras crônicos apresentam maior risco de desenvolver problemas cardíacos do que pessoas que não bebem.

Os problemas do sistema circulatório envolvem: hipertensão, dificuldades de circulação (varizes e hemorroidas), derrame cerebral e doenças cardíacas como arritmias, insuficiência ou infarto.

6. Problemas na saúde sexual e reprodutiva

Homens que bebem excessivamente podem ter problemas de disfunção erétil. O alcoolismo também pode reduzir a produção de hormônios, diminuindo o apetite sexual. Mulheres que bebem demais podem ter alterações hormonais que influenciam e podem prejudicar a fertilidade. O consumo de álcool na gestação pode desencadear diferentes problemas dependendo do estágio do desenvolvimento do feto: desde má-formação até parto prematuro ou aborto. Crianças cujas mães beberam durante a gestação podem crescer com problemas de aprendizado e problemas crônicos de saúde.

7. Esqueleto, músculos e sistema imune

O consumo excessivo e prolongado de álcool pode afetar a força dos ossos, deixando-os mais fracos e aumentando o risco de fraturas em quedas. Além disso, estas fraturas podem levar mais tempo para cicatrizar. Nos músculos, o álcool pode enfraquecê-los, causar cãibras e eventualmente atrofia.

Beber demais também reduz a imunidade natural do corpo. Isso dificulta a nossa resposta imune a microrganismos, vírus e bactérias. Alcoólatras de longa data têm mais chances de desenvolver pneumonia ou tuberculose. Cerca de 10% dos casos de tuberculose em todo o mundo estão relacionados ao consumo de álcool.

8. Câncer

Diversos estudos científicos têm encontrado associações entre o consumo de álcool e diversos tipos de câncer. As evidências indicam que quanto mais álcool uma pessoa consome – principalmente se este consumo for constante ao longo do tempo – maiores os riscos de desenvolver algum câncer associado à bebida.

Alguns dos tipos de câncer mais frequentemente associados ao alcoolismo são: cabeça e pescoço (principalmente os de boca, faringe e laringe), esôfago, fígado e colorretal.

Os riscos relacionados ao álcool estão associados a problemas de curto, médio e longo prazo. Por isso, a melhor forma de evitar tais doenças é com o consumo consciente de bebidas alcoólicas. Quanto antes isso for controlado, maiores os benefícios para a saúde.

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