Ao longo dos anos muitos distúrbios e transtornos foram estigmatizados pela sociedade por não conhecer ou compreender seus sintomas. Um destes distúrbios é o autismo, que, embora muito já se tenha avançado acerca da sua conscientização, ainda é visto com incompreensão por muitas pessoas.
Em primeiro lugar é preciso entender que o autismo se trata de um distúrbio global marcado pela inabilidade de interação social, pela dificuldade no domínio da linguagem e comunicação e por um padrão de comportamento restritivo e repetitivo. O autismo pode acometer pessoas de todas as classes sociais e etnias, sendo mais comum em homens do que em mulheres.
Características e sintomas do autismo
Por poder se manifestar de diferentes formas e com graus de intensidade distintos, a investigação do distúrbio e o seu diagnóstico pode variar bastante, assim como os seus sintomas. Quadros mais leves podem se manifestar como na síndrome de Asperger – que não compromete a fala ou inteligência do paciente – até formas mais avançadas, em que a pessoa não consegue manter qualquer tipo de contato interpessoal, além de apresentar comportamento agressivo.
Atualmente o entendimento é de que não há uma causa específica para o autismo, que pode se manifestar a partir de uma combinação de fatores, como causas genéticas e biológicas. Apesar dos sintomas poderem se manifestar nos primeiros meses de vida, a complexidade do diagnóstico faz com que o transtorno possa ser confirmado até o terceiro ano de idade da criança.
Mesmo se manifestando de diferentes formas, os principais sintomas do autismo podem ser agrupados das seguintes maneiras:
– Ausência completa de qualquer interação interpessoal associada à incapacidade de aprender a falar, além da incidência de movimentos estereotipados e repetitivos e de deficiência mental.
– Marcados por falhas de comunicação, este grupo de sintomas é caracterizado pelo comportamento introspectivo, em que o paciente não estabelece contato visual com as pessoas ou com o ambiente. Embora a pessoa com autismo enquadrada neste grupo possa falar, ela não utiliza isso como uma forma para se comunicar e também tem dificuldades de compreensão.
– Em sua manifestação mais branda, o autismo permite o domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior e menor dificuldade de interação social. Pacientes com esta manifestação conseguem levar uma vida próxima do normal.
Existe cura para o autismo?
Embora não exista uma cura definitiva para o autismo, há esquemas de tratamento que ajudam na vida de pacientes com o distúrbio e de seus familiares. Assim como ele não se manifesta sempre da mesma forma, não há um tratamento padrão que possa ser utilizado, o que exige o trabalho de uma equipe multidisciplinar.
Por se tratar de uma condição sem cura e que pode se manifestar de formas mais graves, o autismo na maioria das vezes não afeta somente o paciente, mas provoca consequências para toda a família. Por este motivo é fundamental que todas as pessoas envolvidas com o paciente também recebam atendimento e orientação de profissionais especializados.
Para os casos em que há comprometimento da comunicação, o tratamento pode ajudar a estabelecer técnicas e meios que possibilitem que a família se comunique com o paciente. Também é importante manter o ambiente organizado e dentro da rotina, uma vez que pacientes com autismo têm dificuldades em se adaptar a mudanças.
Dependendo do caso, nem sempre a criança com autismo pode ser incluída em escolas regulares, já que as restrições provocadas pelo distúrbio devem ser respeitadas. Nestas situações é melhor procurar uma instituição com atendimento especializado e individualizado.
A compreensão e o conhecimento são os primeiros passos para se acabar com os estigmas que cercam o autismo. Se você possui algum familiar ou conhecido com este distúrbio, busque as instituições de assistência na sua cidade, que realizam um importante trabalho de conscientização e acolhimento a quem tem ou vive com quem tem autismo.