Por que a saúde do homem merece mais atenção

Você já ouviu falar que mulheres vivem mais do que homens? Mais do que um senso comum, isto é comprovado estatisticamente: no Brasil os homens vivem em média sete anos a menos do que as mulheres. Dentre diversos motivos, é preciso aumentar a atenção com a saúde do homem, começando por eles próprios.

 

Segundo o coordenador de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Danilo Campos, os homens têm medo de descobrir doenças, não se alimentam adequadamente e não praticam atividades físicas com tanta regularidade. Além disso, hábitos e atitudes mais violentas também contribuem para que eles vivam menos.

 

Isso fica mais evidente dos 20 aos 29 anos de idade, quando os homens se expõem mais a situações de risco, como violência e acidentes de trânsito e de trabalho, consumo de álcool e outras drogas com maior frequência. O resultado: a cada cinco pessoas que morrem nesta faixa etária, quatro são do sexo masculino, sendo que as principais causas são as externas e não por problemas de saúde.

 

Homens estão mais suscetíveis a doenças graves

 

Além de viverem menos, os homens costumam apresentar mais problemas de saúde graves, provocados na maioria das vezes pela falta de prevenção. Eles têm muito mais doenças cardíacas, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada. Apesar do peso dos fatores genéticos, cada vez mais pesquisas comprovam que as escolhas e os hábitos de vida têm grande interferência no surgimento destas doenças.

 

Para piorar este quadro, os homens também não costumam ter o hábito de se consultarem regularmente com médicos. Enquanto mulheres são incentivadas a se consultarem com o ginecologista desde a primeira menstruação, os homens costumam procurar ajuda médica somente quando já apresentam sintomas de algum problema de saúde, o que pode ser tarde demais em alguns casos.

 

Esta diferença de comportamento em relação à prevenção da saúde tem muito a ver com fatores sociais e culturais. Apesar de muitos avanços nesta questão, homens ainda são mais incentivados a se mostrarem fortes, agressivos e sem uma ideia realista da sua própria vulnerabilidade enquanto seres humanos. Mas é justamente esta mentalidade que faz com que eles tenham mais problemas de saúde e vivam menos.

 

Embora os serviços de saúde já estejam mais atentos a esta questão e campanhas como o Novembro Azul reforcem a importância deste cuidado, o principal obstáculo ainda se encontra no indivíduo e no conceito de masculinidade que ainda paira na sociedade. Homens fortes são aqueles que conhecem a própria fragilidade e assumem responsabilidade pela própria saúde.

 

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