Considerado a segunda principal causa de mortes no Brasil, o acidente vascular cerebral (AVC) é mais comum entre adultos mais velhos. Porém, os casos de AVC em jovens e pessoas de meia idade tem crescido nas últimas décadas, o que desperta um alerta para que estas populações também se previnam em relação à sua saúde cardiovascular.
O acidente vascular cerebral ocorre quando há uma interrupção na circulação de sangue para o cérebro, impedindo que o órgão receba nutrientes e oxigênio. Além de poder causar a morte da pessoa com AVC, ele pode deixar sequelas, sendo considerado uma das principais causas incapacitantes em todo o mundo. Aproximadamente 70% das pessoas afetadas com um AVC têm algum prejuízo funcional e 30% apresentam dificuldade de locomoção.
Dependendo da causa que impede o fluxo de sangue para o cérebro, ele pode ser classificado em isquêmico ou hemorrágico:
ACV isquêmico: ocorre quando há uma obstrução na artéria, que geralmente é causada por tromboses ou embolias. Este é o tipo mais comum, representando 85% dos casos. Também é o mais frequente em pessoas com menos de 50 anos, respondendo por 86% dos casos.
AVC hemorrágico: neste caso há um rompimento espontâneo de um vaso sanguíneo, causando sangramento dentro do tecido cerebral. Embora seja menos comum, é o que costuma ser mais grave.
O que explica o aumento dos casos de AVC em jovens
Cerca de 25% dos casos de AVC ocorrem em pessoas com menos de 65 anos. Porém, desde a década de 1980 este número vem crescendo. Dados do Datasus apontam que entre 1998 e 2007 houve aumentos de 64% (homens) e 41% (mulheres) nas internações de pessoas entre 15 e 34 anos vítimas de acidente vascular cerebral. Entre os anos 2000 e 2010, 62 mil pessoas abaixo dos 45 anos faleceram por AVC.
Há duas principais razões às quais os especialistas atribuem este aumento. A primeira dela está no estilo de vida. Cada vez mais pessoas jovens estão apresentando quadros de obesidade, diabetes e hipertensão, doenças diretamente ligadas a casos de AVC. Fatores como alimentação e sedentarismo estão entre os principais vilões desta mudança de estilo de vida, assim como o estresse gerado por longas jornadas de trabalho desta população. Um estudo divulgado pelo periódico médico The Lancet concluiu que pessoas que trabalham mais de 55 horas semanais apresentam chances 33% maiores de sofrer um AVC do que aquelas com jornadas entre 35 e 40 horas.
A segunda razão é o próprio avanço tecnológico da medicina. Como hoje há mais facilidade de diagnosticar doenças, estes dados contribuem com estatísticas mais precisas. O exame de ressonância magnética, por exemplo, permite visualizar pequenos AVCs que nem seriam diagnosticados há algumas décadas.
Fatores de risco e prevenção de AVC em jovens
As principais causas associadas aos episódios de acidente vascular cerebral em jovens estão associadas a condições médicas pré-existentes e estilo de vida. É importante frisar que algumas doenças também podem ter sido desenvolvidas em função dos hábitos da pessoa. Sendo assim, podemos enumerar como principais fatores de risco:
Clínicos: doenças cardíacas congênitas ou adquiridas, distúrbios metabólicos, doenças vasculares, doenças no sangue anemia falciforme.
De estilo de vida: tabagismo, uso excessivo de álcool, uso de drogas e outras substâncias tóxicas, estresse e sedentarismo.
Condições como diabetes, colesterol elevado e apneia do sono podem estar relacionados ou não aos hábitos adotados pela pessoa. De qualquer forma, é importante fazer o controle para que o quadro não evolua para um AVC. É importante que o paciente aja no que for possível intervir, pelo bem da própria saúde.
Diante destes fatores, é possível afirmar que a manutenção de um estilo de vida saudável reduz significativamente as chances de um acidente vascular cerebral, principalmente nas populações mais jovens. Estima-se que somente isso seja capaz de reduzir 80% dos casos de AVC em pessoas com menos de 45 anos.
Para evitar as chances de AVC ao longo de toda a vida é recomendado:
– Manter uma alimentação saudável, evitando consumos elevados de gorduras e açúcares;
– Manter-se ativo e praticar exercícios físicos;
– Controlar a pressão arterial;
– Controlar o diabetes;
– Controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos;
– Evitar o consumo excessivo de álcool;
– Não fumar e não usar drogas.
Percebe-se que as recomendações para evitar um acidente vascular cerebral são as mesmas utilizadas para evitar outras doenças. E é justamente isso o que as torna tão importantes, pois não apenas evitam estes quadros clínicos como contribuem para um organismo mais forte, saudável e promove melhor qualidade de vida.
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