Realizado entre 11 e 14 semanas de gestação, o ultrassom morfológico de primeiro trimestre é um exame de imagem fundamental no processo de cuidado pré-natal. Nesta etapa, o bebê deve estar medindo entre 45mm e 84mm de comprimento da cabeça à nádega e já é possível avaliar aspectos fundamentais do desenvolvimento de órgãos e sistemas corporais do feto.
O ultrassom morfológico de primeiro trimestre já pode ser feito por via abdominal. No entanto, algumas vezes será complementado por via transvaginal, em busca de imagens de maior qualidade em situações específicas, como biotipo materno, posicionamento e/ou tamanho fetal ou para melhor avaliação de algum órgão ou suspeita de patologia.
Pontos chave deste exame envolvem a medida da transluscência nucal e a avaliação do osso nasal. Estes indicadores têm importante relação com o risco de o bebê possuir alguma síndrome genética, das quais a mais conhecida é a Síndrome de Down.
Importância do ultrassom morfológico de primeiro trimestre
Como já foi possível perceber anteriormente, este exame possibilita a avaliação de fatores determinantes no desenvolvimento da criança. Entre os principais pontos estão:
– Confirmação da data a gestação com precisão. Uma informação importante para seguimento coreto do crescimento do bebê. O dado que possibilita a determinação da data é a medida do comprimento fetal.
– Avaliação de gestação múltipla (de gêmeos). Além de determinar a quantidade de bebês, o ultrassom permite observar se eles estão se desenvolvendo normalmente e se dividem ou não a placenta, o que pode trazer mais riscos durante a gestação.
– Identificação de alguns tipos de anomalia grave, como defeitos de fechamento da parede abdominal e anencefalia.
– Identificação bebês com maior chance de apresentar malformações cardíacas.
– Avaliação dos membros do bebê, bem como sua mobilidade e normalidade de segmentos.
– Estimativa de risco para Síndrome de Down e outras anomalias trissomias cromossômicas.
– Avaliação do ângulo do tubérculo genital, que possibilita grande assertividade na determinação do sexo do bebê.
Dopplerfluxometria obstétrica
A Dopplerfluxometria obstétrica é o estudo da circulação através da mensuração dos fluxos em alguns vasos importantes para a gestação, como as artérias uterinas, as artérias umbilicais, a artéria cerebral média e o ducto venoso.
Quando realizado na época do exame morfológico de primeiro trimestre, este exame permite o rastreamento de risco para a gestante desenvolver pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal nas suas formas mais graves.
Com a avaliação Doppler das artérias uterinas e cruzamento de outras informações, como histórico clínico e aferições de pressão arterial, é possível identificar risco para pré-eclâmpsia. Esta informação é relevante pois possibilita o tratamento preventivo, reduzindo pela metade o risco da apresentação da doença.
Além disso, outros marcadores relacionados a doenças genéticas e cardíacas como regurgitação na valva tricúspide e fluxo no ducto venoso também podem ser observados.
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