O mês de março recebe a cor lilás em uma ação para conscientizar quanto à prevenção do câncer de colo do útero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) este tipo de câncer é a quarta maior causa de morte de mulheres no Brasil. Somente em 2018, mais de 16 mil novos casos foram detectados.
O câncer de colo de útero, também conhecido como câncer cervical, é causado pela infecção persistente do Papilomavírus Humano, conhecido pela sigla HPV. Este vírus é a infecção sexualmente transmissível mais comum e frequentemente é assintomático, o que dificulta o seu tratamento. Nos casos em que apresenta sintomas, o HPV pode provocar o surgimento de verrugas genitais e coceira.
O perigo ocorre quando o HPV causa alterações celulares, o que aumenta as chances do desenvolvimento do câncer de colo de útero. Outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento do câncer, como outras doenças sexualmente transmissíveis, tabagismo e múltiplas gestações.
O desenvolvimento do câncer de colo de útero costuma ser lento, sem manifesta sinais nas fases iniciais. Em estágios mais avançados podem surgir alguns sintomas como:
– Dor abdominal associada a problemas intestinais e urinários;
– Sangramento após a relação sexual;
– Secreções vaginais anormais;
– Menstruação irregular;
– Fadiga;
– Perda de peso sem motivo aparente;
– Náuseas.
Como é feita a prevenção do câncer de colo de útero
Atualmente, a prevenção ao câncer de colo de útero envolve diferentes medidas, que podem começar a ser adotadas antes mesmo que a mulher inicie sua vida sexual. A vacina do HPV está disponível na rede pública para meninas de 9 a 14 anos através do SUS. Além desta faixa etária, a Anvisa aprovou a aplicação da vacina quadrivalente para mulheres entre 9 e 45 anos e homens entre 9 e 26 anos. Há ainda a vacina bivalente, aprovada para mulheres entre 10 e 25 anos de idade. A eficácia é mais alta para quem ainda não iniciou a vida sexual.
Porém, a principal forma de se prevenir contra o câncer de colo de útero ainda é o teste papanicolau, que permite a coleta de células do colo do útero que mostram se há alguma infecção ou alteração nestes tecidos. Conhecido como exame preventivo, ele é realizado em consultas com o médico ginecologista, que coleta a amostra e a envia para o laboratório de patologia.
O exame papanicolau deve ser realizado por todas as mulheres com vida sexual ativa. A periodicidade poderá variar entre um e três anos, dependendo da recomendação do médico de acordo com as particularidades de cada paciente. Além de identificar a infecção por HPV, o preventivo também pode diagnosticar outras possíveis complicações que possam levar ao desenvolvimento do câncer de colo de útero.
Outra medida de evitar a infecção por HPV, e consequentemente um possível câncer de colo de útero, é o uso de preservativos durante as relações sexuais, já que o vírus é transmitido desta maneira. É importante reforçar que mesmo utilizando preservativo e mesmo com a vacinação, o teste preventivo deve continuar a ser realizado periodicamente, pois ainda é a melhor maneira de identificar qualquer alteração no colo do útero e iniciar um tratamento antes que o quadro se agrave.
Nos casos em que há o diagnóstico câncer, para avaliar extensão da doença, ou seja, se ela está restrita ao colo ou se espalhou para órgãos vizinhos como vagina, bexiga ou até sítios mais distantes, os exames de imagem estão recomendados. O ultrassom transvaginal e abdominal podem ser utilizados, a tomografia também fornece informações, mas o detalhamento mais completo se dá por Ressonância Magnética. Estes exames, disponíveis em nossas unidades Ecomax.
Embora seja uma doença grave, o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero aumenta significativamente as chances de recuperação. Por isso os exames preventivos periódicos são tão importantes, permitindo que mulheres de todas as idades saibam como está a sua saúde reprodutiva e ganhando mais tempo caso seja necessário agir. Mantenha seus exames em dia. Cuide-se!
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