Vários estudos têm confirmado a importância da mamografia na redução da mortalidade pelo câncer de mama. Por outro lado, existe a preocupação com os efeitos que a radiação ionizante pode trazer para o organismo. Em especial, uma discussão sobre o aumento do câncer de tireoide nas pacientes submetidas ao rastreamento mamográfico tem causado ansiedade entre as mulheres.
A respeito disso, veja o que diz o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem):
“Na mamografia moderna há uma exposição insignificante para outros locais sensíveis à radiação que não seja a mama. O principal valor da utilização do vestuário da proteção contra radiações é psicológico. Se tal vestuário deve ser fornecido, só deve ser feito a pedido da paciente. O vestuário não deve ser mantido em exposição na sala de exame. A presença dos aventais e colares na sala de mamografia pode sugerir que seu uso é uma prática aceitável, o que não é o caso.
Tanto cálculos como medidas mostram que a quantidade de radiação atingindo a tireoide durante a mamografia é insignificante. A quantidade de radiação atingindo os ovários é ainda menor, devido à atenuação pela bandeja de suporte da mama e pelo tecido sobrejacente. Virtualmente, todo o feixe de raios X é bloqueado pela mama e a bandeja de suporte da mama existente no mamógrafo; somente uma fração extremamente pequena de radiação dispersa atinge outras partes do corpo humano. A dose calculada para a tireoide em um exame de quatro incidências é menor do que 0,03 mGy. Isso é cerca de 1% da dose que seria recebida pela mama durante o exame e é igual à dose que seria recebida pela tireoide por três dias de radiação natural de fundo (nota da tradução: a radiação natural de fundo provém do espaço extraterrestre e de materiais radioativos existentes na crosta terrestre). Em outras palavras, isso seria o equivalente a receber 368 dias de radiação natural de fundo por ano em vez dos 365 dias de radiação de fundo que seria recebida sem o exame. A radiação natural de fundo varia de localidade para localidade em valores muito maiores do que este”.
Portanto, o uso do protetor de tireoide em exames de mamografia não é recomendado, devendo ser utilizado apenas nos casos em que a paciente o solicite. Inclusive, ele pode atrapalhar o exame, pois se não for bem colocado na paciente pode ser a causa de repetição nos casos em que a sua imagem se sobrepõe à imagem da mama.
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