Se o diagnóstico de câncer em qualquer adulto gera comoção, quando a doença acomete crianças, o impacto é ainda mais forte. A leucemia infantil, também conhecida popularmente como câncer no sangue, afeta a produção de glóbulos brancos e corresponde a cerca de 25% dos casos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil.
Ao contrário do que acontece em muitos casos de câncer em adultos, a leucemia infantil não tem relação com hábitos de vida prejudiciais e está associada à predisposição genética.
O que ocasiona a leucemia em crianças?
Para entender mais sobre a doença, é fundamental esclarecer a importância da medula óssea, o tecido responsável por produzir as células sanguíneas do nosso corpo: glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Na leucemia infantil, a célula sanguínea que ainda não amadureceu sofre uma mutação, transformando-se em uma célula cancerosa que, além de não funcionar da forma esperada, ainda se multiplica mais. Assim, as células sanguíneas saudáveis vão sendo substituídas pelas células ruins, cancerígenas.
A origem das alterações genéticas que ocasionam a doença ainda é desconhecida. Porém, apontamentos de um estudo de 2018 do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres mostraram que a criança limitada a um ambiente excessivamente limpo, sem contato com certos microrganismos em sua primeira infância, pode ter seu sistema imunológico fragilizado. Outros fatores que podem colaborar com o surgimento da leucemia infantil é a exposição excessiva à radiação ionizante, radiação ultravioleta e defensivos agrícolas.
No entanto, é importante ressaltar que, infelizmente, não há como impedir que certas crianças já nasçam predispostas a desenvolver esta doença.
Sintomas e diagnóstico da leucemia infantil
Alguns típicos sinais da leucemia em crianças podem ser confundidos com outras doenças, por isso é essencial que os pais e responsáveis estejam alertas caso ocorram simultaneamente ou com frequência. São eles: resfriados constantes, anemia, fraqueza, palidez, perda de peso, manchas roxas na pele, febre persistente sem causa aparente, perda de apetite.
Caso haja suspeita, o médico pediatra solicitará exames para confirmar ou afastar a probabilidade da doença. Através do hemograma é possível detectar alterações sugestivas, como plaquetas baixas, anemia, aumento ou redução de glóbulos brancos e presença de blastos. Para complementar os exames iniciais, também pode ser orientada a coleta de material por aspiração de medula óssea. Há ainda a possibilidade da realização de exames como radiografias, ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas para a avaliação de progressão de doença e excluir diagnósticos diferenciais.
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Como é feito o tratamento da doença
Após diagnosticada a leucemia infantil e determinado o tipo específico da doença, o médico discute com a família as opções de tratamento para o paciente, que geralmente inclui a quimioterapia, um dos recursos mais frequentes de medicação. Em determinadas crianças e tipos de leucemia, a quimioterapia em altas doses pode ser aplicada em conjunto com o transplante de medula óssea. Outros tipos de procedimentos, como terapia-alvo, cirurgia e radioterapia são utilizados em circunstâncias especiais, indicadas pelo médico.
O tratamento utilizado no combate à leucemia infantil é suscetível a apresentar efeitos colaterais, geralmente de curto prazo e que desaparecem com o fim do período medicamentoso. Algumas das implicações mais comuns incluem: perda de cabelo, inflamações na boca, náuseas e vômitos, infecções, hematomas ou hemorragias, secura nos olhos, problemas de equilíbrio e coordenação.
A evolução no tratamento da doença desde a década de 1970, fez com que o percentual global de pacientes que sobrevivem aos efeitos da leucemia seja de 94% a 98%, chegando a 74% no Brasil. Com isso em mente, é fundamental enaltecer a importância de estar atento ao menor indício de anormalidade nas crianças para viabilizar o diagnóstico precoce.
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